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Indústria Cultural na Atualidade

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O conceito de “indústria cultural” foi proposto por Theodor Adorno e Max Horkheimer em seu livro “Dialética do Esclarecimento” no século 20. Ambos faziam parte da Escola de Frankfurt e questionavam como os meios de comunicação de massa eram entendidos até então.

No século 20 surge o conceito de “massa” que significa - um emissor para vários receptores - segundos eles, o conceito “cultura de massa” é errôneo pois a cultura midiática não era feita pela massa. O termo correto seria “indústria cultural” uma vez que a cultura se transformou em mercadoria e passou a ser produzida pela indústria. Além disso, tinha o intuito de reproduzir os interesses das classes dominantes, legitimando e perpetuando socialmente a alienação das classes menos favorecidas.

O termo “indústria cultural” surgiu em resposta à concepção de que o uso das tecnologias na área cultural levaria arte a uma quantidade maior de pessoas, democratizando o acesso à cultura. Ou seja, seria uma forma de incluir os indivíduos, compartilhando o conhecimento necessário para que se tornassem livres e capazes de pensar de maneira crítica. Porém, as artes produzidas e difundidas em massa acabaram perdendo a “aura” questionadora presente em artigos culturais únicos, propondo ideias já existentes, em vez de elementos para a reflexão.

A indústria cultural passou a produzir uma cultura voltada para a geração de lucro, feita para o consumo e para a movimentação de uma grande indústria econômica. Podemos pensar primeiramente no termo “indústria” normalmente caracterizada por uma produção massificada e em série. Essa indústria ganhou muita força através dos meios de comunicação, como a televisão e o rádio inicialmente, e hoje os aparelhos celulares, computadores e etc. Hoje dificilmente encontraremos uma casa brasileira sem um aparelho de TV ou rádio. Essas tecnologias podem ser consideradas “bússolas sociais” uma vez que guiam cidadãos que vivem em locais distantes das grandes metrópoles, a referência principal de vida, de expectativas políticas, ideológicas e sociais vêm da televisão.

A cultura norte-americana exerce uma forte influência no mundo. A culinária com seus fast foods, pizzas, lanches, ganham cada vez mais espaço nas ruas e avenidas de São Paulo. O modo de vida consumista. O modo de se vestir. As músicas que ouvimos.

O cinema, apesar de não ser acessível para toda a população, também é um dos pilares da indústria cultural. Podemos citar exemplos claros como Disney, Hollywood, Pixar, grandes indústrias cinematográficas que pertencem majoritariamente aos países norte americanos e produzem filmes que são replicados e comprados por países ao redor do mundo, muitas vezes deixando de lado a própria indústria de cinema nacional.

Olhando para o cenário do Brasil, não estamos distantes disso. As grandes produtoras de músicas brasileiras também se apropriam das culturas para transformá-las em lucro. Basta olharmos para as rádios, todas as músicas de um determinado gênero se parecem umas com as outras. Os livros de um gênero específico, os filmes, as peças de teatro, as exposições de arte.

De acordo com o filósofo Walter Benjamin da Escola de Frankfurt, toda obra de arte tem uma “aura” que determina o valor cultural de acordo com sua autenticidade. Os meios de comunicação tendem a reproduções ideológicas de valores capitalistas, uma vez que, uma obra “aurática” não pode ser reproduzida sem ser considerada uma falsificação. Esse é o objetivo da indústria cultural, transformar a arte em produto e em lucro sem se importar com a queda da autenticidade e o aumento da alienação do público.

A globalização e o surgimento da internet nos smartphones colaborou para que a indústria cultural crescesse ao redor do mundo.