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A globalização e seus efeitos pelo mundo

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A globalização é o processo de relações econômicas, políticas, sociais e culturais entre países. O início desse processo se deu no século XV com as migrações europeias em busca de riquezas nos continentes vizinhos. Com isso, houve uma troca não só financeira e econômica, mas também cultural e social entre europeus e os povos originários.

No século XIX, com a invenção da eletricidade, das ferrovias e dos navios à vapor, as distâncias encurtaram e os produtos puderam chegar nos lugares mais remotos do planeta. As novas tecnologias foram essenciais para o desenvolvimento das relações econômicas, sociais e culturais entre as nações. Essas mudanças se intensificaram com o fim da Segunda Guerra Mundial. A União Soviética encontrava-se sem condições de acompanhar os avanços tecnológicos ocidentais e com dificuldades de manter a população que não estava mais satisfeita com o modo de vida socialista. O fim do socialismo veio à tona, fazendo com que o Leste Europeu se integrasse ao regime capitalista.

No século XX surge o neoliberalismo, uma doutrina socioeconômica que defende a mínima intervenção do Estado na economia, e a existência da “mão invisível”. Considerado o pilar da globalização, o sistema neoliberal defende também as privatizações e preza pela liberdade econômica, abertura dos mercados, fim do protecionismo e diminuição de tarifas. Dessa forma, a globalização começou a se estender pelo mundo. Assim, o Estado de bem estar social foi um dos modelos de organização que chegaram ao fim graças ao neoliberalismo. Trata-se de um sistema protagonista na manutenção e promoção do bem-estar político e social do país e de seus cidadãos. No Estado de Bem Estar Social, é dever do estado garantir condições básicas aos cidadãos, como saúde, educação e habitação. Esse sistema foi utilizado em 1929 com a crise interna dos Estados Unidos. O desemprego chegou a 25%, bancos e empresários faliram, parceiros comerciais foram afetados diretamente. A solução foi a intervenção do Estado na economia.

Em 1995 a OMC (Organização Mundial do Comércio) é criada e firma acordos para reduzir as tarifas alfandegárias e de exportação entre os blocos econômicos. A globalização então, passou a gerar organizações e acordos entre os países, como Mercosul, NAFTA, e APEC.

Outro bloco econômico que ganhou força com a globalização foi a Ásia, criando então os Tigres Asiáticos. Em razão da alta industrialização e do desenvolvimento econômico na década de 1970, quatro países, Taiwan, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul se uniram para ampliar a produção da indústria.

Essas regiões se destacaram por conta da singularidade com que a industrialização ocorreu em seus territórios. As empresas que ali se instalaram em conjunto com as companhias locais, estruturaram uma organização industrial voltada essencialmente ao comércio exterior. Entre os anos 80 e 90 investiram em educação, qualificação profissional e tecnologias, dessa forma, conseguiram reduzir os custos de produção e acrescentar tecnologia nos produtos. Com a super industrialização, a desigualdade social foi intensificada. Os lucros obtidos pelas indústrias nesses países ocorriam principalmente em virtude do exército industrial, ou seja, grande quantidade de mão de obra barata disponível no mercado, esse processo ocasiona a desvalorização dos salários pagos pelos detentores do meio de produção, gerando assim, uma população pobre, porém, empregada.

As consequências da globalização refletem principalmente na população pobre de países subdesenvolvidos. Com a exploração da mão de obra barata, e o pouco investimento em educação de qualidade, a desigualdade social e a pobreza crescem ao redor do mundo. A miséria e a fome são os frutos do capitalismo, assim como a desinformação e a manipulação da mesma.

O avanço desenfreado do aquecimento global e o descaso com o meio ambiente também estão diretamente relacionados com a industrialização e o consumismo do homem.

Podemos citar também como consequência da globalização o avanço da extrema direita ao redor do mundo. A onda de descontentamento está relacionada à preocupação com a imigração, globalização e diluição da identidade nacional. O conservadorismo está acoplado similarmente ao nacionalismo exacerbado e o medo da desterritorialização. O encontro de culturas, chamado de hibridismo cultural pelo antropólogo argentino Néstor Canclini, está atrelado com a globalização, o rompimento de barreiras e a homogeneidade cultural. Esse conceito esbarra diretamente no discurso de supremacia cultural, onde existem culturas “inferiores”, base de preconceitos como o racismo e a xenofobia.

Com o avanço dessas correntes extremistas surgem grupos com discursos radicais, como o Estado Islâmico, que é um grupo extremista e sua bandeira é a defesa dos valores religiosos e nacionalistas. O ódio é voltado ao Ocidente e principalmente aos Estados Unidos, que representam o oposto de seus valores cristãos.

Dessa forma, podemos dizer que a globalização trouxe consequências negativas ao mundo, como a violência praticada por grupos minoritários e a desigualdade social sustentada pelo sistema capitalista.